Carta de Lyon

Das Minas Gerais para Lyon e de Lyon para todos que gostam de compartilhar experiências. Navegar é preciso, viver não é preciso! Vinhos, gastronomia, culinária, costumes, hábitos, paisagens. Liberté, Égalité. Fraternité. Libertas quae sera tamen. Uma mistura a rechear estas Cartas de Lyon.

24.12.04

Perouge - 28/11

Saímos domingo cedo programando pegar, tranqüilamente, o ônibus que nos levaria pra Perouge. Mas, a emoção do nosso passeio começou já aí, porque o metrô começou a demorar e o tempo foi ficando apertado. Conclusão, chegamos todos correndo, desembestados e quase ficamos pra trás. É duro correr no frio, o nariz dói como se a gente tomasse água gelada. Sentamos ofegantes e partimos.
A beleza do passeio começa mesmo da estrada. A paisagem estava linda, era pleno outono e as cores chegam a parecer irreais. As folhas, as vezes em uma mesma árvore, pode ir do amarelo ouro ao vermelho vivo. É lindo!
Passamos também por pequeninas e charmosas cidades que davam vontade de parar o ônibus e descer.
Descemos em um trevo, antes da entrada de uma outra charmosa cidade, chamada Meximieux. Fomos avisados que teríamos uma pequena caminhada pela frente, subindo uma colina.
Perouge é uma pequena vila medieval, construída como as fortalezas, no alto dos morros, toda em pedra, com apenas duas entradas. Quando a avistamos no alto do morro o encanto já é geral, pois ela aparece imponente, misteriosa. Lá do alto, na primeira entrada, uma belíssima vista de um grande vale.
Mas o que se vê lá dentro é puro encantamento. Pequena, toda preservada, vamos seguindo fascinados pelas ruas circulares. Essas vilas eram construídas na forma de um caracol, conduzindo para a área principal, onde vai estar a praça central. E que praça! O dia estava frio, com neblina e vento, o que contribuía para aumentar o charme do lugar e sentimento de viagem no tempo. As construções, as janelas e portas, as torres, a igreja, nos transportam pra climas e histórias da idade media.
De casa em casa, de vista em vista, cada hora era um que exclamava, em sua própria língua, a surpresa do encantamento.
Almoçamos maravilhosamente bem um filé de vitelo com cogumelos. De sobremesa, um prato típico do lugar, que parece um crepe doce (me esqueci o nome) muito gostoso. Mas o mais legal, é que depois do almoço as janelas das casas vão se abrindo, com os moradores vendendo os pedaços desse crepe. Janelas muito antigas, com floreiras, expondo os doces e sendo vendidos por simpáticas senhoras sorridentes. Fica ainda mais gostoso.
Descemos de volta e fomos caminhar por um lindo lago de onde se vê ao alto a fortaleza.
De volta à cidade onde pegaríamos o ônibus, passeamos, redescobrindo as árvores e a profusão de cores colorindo a vista. Enquanto esperávamos, nos esquentamos em um pequeno café, tomando chocolate quente. Belo passeio, alma aquecida pelo calor do chocolate, dos colegas compartilhando as admirações e pela vista de novas e surpreendentes belezas.